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- #CULTURA EM CASA // Apontamentos da nossa história | Os jugueiros no concelho de Paredes
#CULTURA EM CASA // Apontamentos da nossa história | Os jugueiros no concelho de Paredes
A prática da agricultura foi sempre uma atividade desenvolvida no território do concelho de Paredes e fundamental como fonte de subsistência da população. Era com brio que as fainas se faziam, assim como as festas de cariz agrícola primavam nos pormenores engalanados, com destaque para os jugos.
Os jugos ou cangas são peças de madeira colocadas no cachaço de um ou dois bois e serviam para atrelar o arado ou o carro de bois.
No concelho de Paredes existiram famílias feitoras de jugos, nomeadamente nas freguesias de Gondalães, Bitarães e Besteiros cujo saber-fazer se perpetuou na alcunha familiar pelo que, ainda hoje, os seus descendentes são conhecidos pelos Jugueiros. Durante três gerações esta arte foi transmitida, tendo sido considerados como grandes artistas, pela capacidade excecional na conceção, execução e beleza artística. António Francisco Moreira, conhecido por “Toninho Jugueiro”, de Gondalães, proveniente de uma dessas famílias destacou-se nesta atividade tendo estado presente na Exposição Etnográfica do Douro-Litoral, no Palácio de Cristal, em 1940, cuja fotografia damos a conhecer, amavelmente cedida pela sua filha Maria Rosa Moreira, da Venda Nova, freguesia de Beire.
O estudo tipológico desta peça aponta para que os jugos e as cangas do concelho de Paredes apresentem particularidades que as distinguem, nomeadamente os jugos de “esgana-cão”.
Quer as cangas como os jugos são profusamente decorados, em ambas as faces, lavrados com motivos decorativos de características vegetalistas, florais, geométricas, e até mesmo religiosas como cruzes e custódias. Por vezes, também, colocam as iniciais do nome e a data. Quando participavam nos cortejos festivos ou simplesmente iam à feira, os jugos ou as cangas eram orgulhosamente engalanadas, gerando competição entre os lavradores.
A importância do jugo passa, também, por ser um elemento usado nas práticas de curas populares, sendo, neste caso, o remédio para o trasorelho. O jugo ou a canga era colocado no pescoço do padecente, ao mesmo tempo que se fazia uma reza que passamos a transcrever: “Assim com boi e vaca, canga aqui tira este mal daqui afasta-a. Com o poder de Deus e da Virgem Maria, S. Tiago, S. Silvestre tudo que eu faço, tudo se fez Jesus Cristo e verdadeiro mestre.” Esta prece era pronunciada por José Manuel Coelho Gomes, ou José Manuel do Cabo, da freguesia de Castelões de Cepeda pelo que agradecemos à sua família por ter gentilmente concedido a leitura do manuscrito original. Agradecemos, também, as todos os que permitiram que se fotografasse os exemplares, atualmente, em desuso, mas que teimam a preservar.
Maio de 2021
Maria Antónia Silva
Carlos Ferraz
