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APONTAMENTOS DA NOSSA HISTÓRIA: Um palco quase centenário: 99 anos do Campo do União de Paredes

O desporto em geral e o futebol em particular são temas que nos despertam desde há longo tempo o interesse historiográfico. A emoção de um golo da vitória aos 90 minutos é equiparável à descoberta de um dado histórico, que, tal como o coroar de uma exibição futebolística, é o resultado de uma semana, um mês ou mesmo uma “época de trabalho”. Aliado a este facto, a data redonda da celebração do centenário de um clube do concelho, justifica, diria até que obriga, a um estudo mais profundo, científico e rigoroso. Falamos, claro está, do União Sport Club de Paredes que foi fundando a 13 de dezembro de 1924. Para além da celebração dos seus 100 anos enquanto associação desportiva, este ano (2025) concluir-se-á um século da inauguração do seu campo de jogos.
É sobre o campo de jogos que nos debruçamos aqui hoje. Circunscrevermo-nos, e é com regozijo que o podemos afirmar, pois nem sempre conseguimos coletar tantos dados como os que possuímos para o caso em estudo, à sua inauguração. Esta escolha deve-se à limitação dos objetivos destes apontamentos, que se pretendem sumários, ficando, no entanto, o compromisso para a elaboração de um texto mais extenso sobre o tema num futuro próximo.
O recinto de jogo de um clube é mais que um mero lugar onde semanalmente disputam uma partida de futebol. Não se resume a uma simples assembleia de espetáculos que reúne os associados e simpatizantes do clube. Um estádio é a casa do clube, a sua fortaleza, onde a equipa é empurrada pelos seus adeptos que funcionam como décimo segundo jogador, pondo em causa a expressão que o futebol são 11 contra 11. É o reduto onde as equipas locais se transcendem e, por vezes, contra adversários tidos como favoritos, provocam as tão agradáveis surpresas do futebol, tal como David contra Golias. São os locais onde se derramam lágrimas nas derrotas e que são tomados pela euforia nas vitórias. É, portanto, absolutamente essencial em qualquer estudo sobre um clube dedicar parte deste ao(s) seu(s) terreno(s) de jogo.
O campo de jogos do União, como à época era conhecido, e que atualmente é comumente conhecido como Estádio das Laranjeiras, foi inaugurado em 22 de novembro de 1925 (como mostra o folheto publicitário na imagem anexa a este texto). Contudo, devemos recuar no tempo para perceber todo processo que atingiu o corolário com a inauguração.
Em 1924 existiam quatro clubes com atividade regular na Vila de Paredes. Eram eles o Aliança, o Comercial, o Onze Estrelas e o Paredense. Numa reunião de esforços de várias personalidades tentou-se a fusão de todos os clubes em um só. Esta fusão, à qual só o Onze Estrelas recusou a adesão, deu origem ao União Sport Clube de Paredes.
Recém-formado, o União viu-se, aliás como o Onze Estrelas, a braços com um enorme problema. Nessa época a Vila de Paredes possuía apenas um campo de jogos que era utilizado pelos quatro clubes. O campo situava-se num pomar pertencente à Misericórdia de Paredes e era conhecido por “Campo do Hospital”, pois encontrava-se num local próximo ao destinado à edificação do hospital da Misericórdia. Ao que tudo indica a Irmandade cedeu o seu uso aos clubes da Vila. No entanto, não existindo a posse sobre o terreno, havia uma maior influência na sua gestão pelo Paredense. Depois do Onze Estrelas recusar a adesão à “União”, o Paredense não cedeu o campo para aqueles realizarem um jogo contra os Onze Verdes de Penafiel. Tal determinação originou um protesto dos estrelados e Artur Violas endereçou um ofício à Misericórdia de Paredes sobre esta questão. Segundo a notícia do semanário “O Novo Paredense” de 4 de dezembro de 1924, deduziu-se, após consulta das atas da Irmandade, que o campo não era propriedade do Paredense, mas que a cedência para usufruto era feita todos os clubes.
O papel da Irmandade da Misericórdia acabou por ser central, pois, na Assembleia da Mesa da Misericórdia de 2 de novembro de 1924, foi resolvido oficiar a todos os clubes que teriam de arranjar outro local para praticar futebol, visto que o terreno ia ser ocupado pelas obras do hospital e a prática desportiva ia ser um estorvo. Esta decisão colocou enorme pressão sobre os clubes que se viam assim arredados de local próprio para desenvolver a sua atividade. O Onze Estrelas abriu uma subscrição pública e conseguiu o aluguer de um terreno para fazer o seu campo que ficou conhecido como “Campo do Olival”. Este era situado nos terrenos que se localizavam nas proximidades da Estrebuela, sensivelmente entre as atuais rua da Estrebuela e rua Dr. José de Magalhães.
O União Sport Club de Paredes, nado sem campo, esteve quase condenado à nascença não lhe fosse feita a doação de um terreno para desenvolver a sua prática desportiva. A doação foi protagonizada por Maria Augusta Ferreira Neto Sottomayor e Menezes e pelo seu segundo marido Manuel Fernandes Porto, relevando-se também o papel do irmão desta benemérita de nome José Sottomayor e Menezes. O terreno cedido encontrava-se na zona de Trigais, uma zona que à época era de mato, contornos irregulares e povoada por algumas árvores e compreendia um total de 10 mil metros quadrados.
Maria Augusta Sottomayor e Menezes era uma grande terratenente, cujas propriedades não se limitavam ao concelho de Paredes. Descendente da Casa de Cabanelas, casa fidalga e brasonada na freguesia de Bustelo, em Penafiel, casou em primeiras núpcias com Manuel Ferreira Neto de Freitas Vasconcelos, senhor da casa de Rosende em S. Pedro de Raimonda. Este era filho de Engrácia Ferreira Neto Meireles Freire e Boaventura Dias de Freitas e Vasconcelos. Ambos os pais de Manuel eram proprietários, sendo que Boaventura era descendente da Casa de Pias em Castelões de Cepeda (a casa com capela anexa junto ao MaxMat). Manuel foi o único herdeiro dos seus progenitores e, tendo morrido sem descendência, a sua herdadora foi sua a mulher. Este elenco genealógico é necessário para se tentar perceber a forma como aqueles terrenos chegaram até à posse da doadora.
A propriedade de terrenos desta família em Castelões de Cepeda é bem conhecida. Já Engrácia Ferreira Neto havia doado à Irmandade da Misericórdia uma parcela de mato para a edificação do hospital, ou seja, na zona circunvizinha do que viria a ser o campo de jogos. Atendendo à proximidade dos terrenos doados para o campo à Quinta de Pias é plausível, ainda que por confirmar através de fontes, que os terrenos doados ao União fossem parte constituinte dessa quinta e tivessem chegado a Maria Augusta via herança de seu marido.
A efetivação da doação não parece ter sido difícil. Os unionistas contaram com as boas relações de algumas personalidades que intercederam junto desta família. Uma dessas pessoas foi Aníbal Ruão, Delegado do Governo à época. Outros indicadores que concorrem para essa conclusão é o facto de a escritura de doação ter sido apenas assinada em 1926, estando já nessa data construído e inaugurado o recinto de jogo. O facto de ter passado praticamente um ano poderá indicar que era uma realidade apalavrada e consumada e que a sua escrituração era apenas uma formalidade legal. A escritura foi lavrada em 26 de janeiro de 1926 por Alexandre Fonseca, escrivão substituto da Câmara, e inscrita no livro de transmissões da conservatória apenas em 7 de janeiro de 1927. Importa referir uma importante menção que consta nessa escritura. É referido que o terreno era cedido ao União Sport Clube de Paredes para fins desportivos e recreativos e, no caso de dissolução do clube, os terrenos voltariam à doadora ou seus descendentes. O documento foi celebrado entre Maria Augusta Sottomayor e Menezes e seu marido Manuel Fernandes Porto e o União Sport Clube de Paredes. Para representar o clube foram nomeados em reunião de Direção de 26 de janeiro de 1926 Arménio Rocha Madureira, Arlindo da Costa Pinto, José Ferreira da Rocha e José Vieira da Silva, todos eles elementos da Direção.
O “ato oficial” da doação deu-se em 15 de fevereiro de 1925. A benemérita, acompanhada pelo seu marido, irmão e do feitor Albino Martins, deslocou-se à Vila de Paredes no seu automóvel Minerva onde foi recebida por elementos da Misericórdia e pela Direção do União a quem fez a entrega dos terrenos. Seguiu-se um lanche na Casa das Pias e uma visita à Casa da Aldeia, em Guilhufe, a convite de Manuel Pinto da Costa, onde “foi servido um finíssimo chá na sua belíssima vivenda”. Partiram de volta a Rosende pelas 18 horas sem que antes, a pedido de Aníbal Ruão, cedessem a madeira e as árvores a retirar dos terrenos à Misericórdia para o seu hospital. Pela generosidade demonstrada foram, em Assembleia Geral do União de Paredes de 12 de setembro de 1925, por proposta da Direção e aprovada por unanimidade no meio de calorosos aplausos, elevados à categoria de sócios beneméritos Maria Augusta Sottomayor, Manuel Fernandes Porto e José Sottomayor e Menezes. Foi ainda colocado, aquando da aquisição de um local para servir como sede do clube, o retrato da benfeitora em forma agradecimento.
Como já foi referido o terreno não era apropriado à prática futebolística. Desnivelado e irregular carecia de aplanamento, assim como da remoção das árvores e da construção de uma vedação. Tudo isto acarretava despesas que o clube não tinha capacidade de suportar. Contou com ajudas através de doações e de empréstimos, quer de individuais quer de entidades coletivas. Sabemos de algumas doações como as que foram feitas pelo Clube de Caçadores de Paredes, que ofereceu 200 escudos, ou pela Câmara Municipal, no valor de 250 escudos. Apesar do auxílio recebido a Direção viu-se obrigada a contrair um empréstimo. As propostas de crédito encontradas variavam entre os 13% e 15% de juros. Infelizmente os livros de atas não mencionam o valor que foi solicitado, dado extremamente útil, uma vez que não sobreviveram os relatórios de contas, para sabermos por que conta se saldou as obras do campo.
No que concerne aos trabalhos realizados no terreno várias fontes fazem menção ao voluntarismo e espírito bairrista paredense empregues na empreitada. Existem descrições que referem que a terra e os pedregulhos, retiradas com picaretas e pás, eram transportados pelas raparigas e mulheres com cestos à cabeça ou por carrinhos de mão empurrados pelos homens. Foi do suor destas “formigas que labutam” que resultou a obtenção de um dos melhores campos da província.
O resultado final saldou-se num campo com 115 metros de comprido por 80 de largo com um balneário anexo inseridos num recinto vedado e pintado a creolina. As medidas à época eram bastante generosas atendendo a que, por várias vezes, nos jogos em que o União atuou como visitante, as crónicas criticavam as dimensões dos campos visitados, que pecavam por pequenas. O campo do Olival do Onze Estrelas era também descrito como pequeno, o que até levou à sua não aprovação pela Associação de Futebol do Porto mais tarde, e, por exemplo, o campo de Gandra media 80 metros de comprido por 60 metros de largura, pelo que, em comparação com estes, o do União era maior.
Em 1925 a Associação de Futebol do Porto, onde o União se encontrava filiado e por essa razão automaticamente inscrito no campeonato de iniciação, determinou que os clubes que possuíssem um campo seu e que cumprissem as condições estipuladas seriam passados para a categoria seguinte. O único campo da província que cumpria os requisitos era o do União, que assim foi promovido ao Campeonato de Promoção.
A inauguração requeria um programa conducente com um grande evento. Nos semanários locais da época, O Novo Paredenses e o Jornal de Paredes, vão surgindo notícias sobre a programação. Algumas indicam que a estreia oficial estaria programada para setembro e que contaria com a presença de dois grandes teams. Apontou-se o Futebol Clube do Porto, destacando-se a vinda do guardião portista Siska, que teria como adversário o Sport Comércio e Salgueiros. Foi também publicada uma entrevista feita a um elemento da direção unionista no Jornal de Paredes de 7 de julho de 1925 que adiantava que Tavares Crespo, famoso lutador, teria aceite a participação num combate de boxe que constaria do programa festivo.
Estas notícias não se confirmaram e a inauguração oficial ficou marcada para dia 22 de novembro de 1925. Os anúncios referiam-se a música, fogo e futebol. Foram convidadas duas equipas portuenses, ainda que diferentes das que haviam sido faladas, para disputar uma artística taça em prata: Académico Futebol Clube e Leixões Sport Club. Também foram endereçadas várias invitações às entidades administrativas locais e às associações desportivas, não só do concelho de Paredes, mas também de concelhos próximos. Constam da lista a Câmara Municipal de Paredes, a Assembleia Sportiva, o Club de Caçadores de Paredes, a Autoridade Administrativa, o Onze Estrelas, o Nun’Alvares de Recarei, o Sporting de Penafiel, o Santa Cruz de Vila Meã, o Club de Mancelos, o Sporting Lixa e o Amarante Foot-ball Club.
As equipas portuenses chegaram pela manhã do dia 22 e foram recebidas com fogo e música na estação ferroviária. Seguiu-se um almoço no Hotel Violas deslocando-se depois a comitiva para o campo de jogos para a disputa futebolística. Sobre o jogo, o apito inicial foi às 15:30, meia hora depois do anunciado, e o Académico venceu os leixonenses por 3-2, estando já a vencer por 3-1 ao intervalo depois de uma primeira parte dominante. Com este resultado os homens do Palacete do Lima levaram o trofeu para casa. Importa referir que existe a menção de uma taça de prata livro de registo de títulos do Académico, pelo que constará do museu deste clube. Sobre o campo, segundo o cronista do Jornal de Paredes que fez o comentário sobre o jogo, as equipas referiram “ser o melhorzinho da província, mas que tinha ainda um defeito, estar um pouco mal calcado”.
Os ingressos para o jogo custaram 2.5 escudos para a entrada geral e 5 escudos para as bancadas. A diferenciação nos preços dos bilhetes prossupõe a existência de uma bancada desde os tempos primitivos do campo. Existem registos fotográficos de uma bancada escavada em socalcos na zona onde atualmente se encontra a bancada em pedra descoberta, ou seja, a que se encontra do lado da avenida Campo das Laranjeiras. É plausível que esta a primeira bancada do campo.
Estava inaugurado o campo de jogos. Este foi um enorme melhoramento não só para o clube, mas para a Vila em geral. Os locais destinados à prática desportiva eram muito limitados e um novo campo vinha suprir algumas dessas deficiências. O seu uso, desde início, não se limitou à prática do futebol nem tão pouco ao uso exclusivo do União, que acedia a vários pedidos de cedência do terreno para outros eventos. Logo nos primeiros tempos foi, por exemplo, utilizado pelo Clube de Caçadores para os seus eventos de tiro ou usado como palco de gincanas de automóveis, motos e bicicletas. Durante o verão, durante a suspensão da prática do futebol, era improvisado no pelado um court de ténis para a prática desta modalidade, sendo concorrido por alguma assistência que aí se deslocava para assistir a essas partidas.
Ao longo do tempo o campo foi sofrendo obras de conservação e de melhoramentos. Salvo o interregno em que o União disputou os seus jogos na Cidade Desportiva, foi esta a sua fortaleza. Nele celebram-se vitórias, viveram-se angústias e largaram-se lágrimas, de alegria ou tristeza, ao longo de 99 anos. Este ano, em novembro, celebrará também o seu centenário.
Vasco Santos
Técnico Superior do Arquivo Municipal e Historiador
Janeiro de 2025
Bibliografia:
BARREIRO, José do - Monografia de Paredes. Paredes, Portugal: Tipografia Mendonça, 1922-24.
Jornal de Paredes. Paredes, 1924-1927 (nº1-nº94)
O Novo Paredense. Paredes, 1924-1927 (nº 1- nº 167)
Pereira, Ricardo Costa - O futebol portuense na Primeira República Portuguesa (1910-
1926). Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 2015. Dissertação de mestrado
Pereira, Ricardo Costa O futebol português no tempo da I República (1910-1926). Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 2018. Dissertação de doutoramento
SILVA, Ivo Rafael – Clubes Extintos do Concelho. O Paredense. Nº165 (2021), p.19
SILVA, Ivo Rafael – Paredes e a Primeira República- Vida Social e Desportiva (III). O Paredense. Nº111 (2019), p.19
União Sport Club de Paredes: Boda de Ouro 13 de Dezembro de 1974. Paredes: Gráfica de Paredes, 1974.
Fontes Manuscritas:
Arquivo Municipal de Paredes, Atas das sessões camarárias, Livro 29
Arquivo Municipal de Paredes, Atas das sessões camarárias, Livro 30
Arquivo Distrital do Porto, Onze Estrelas Futebol Clube Paredense- PT/ADPRT/AC/GCPRT/J-C/114/00810
Livro de atas da Direção do União Sport Clube de Paredes, Livro 1
Livro de atas da Assembleia Geral do União Sport Clube de Paredes, Livro 1
Livro de atas da Confraria da Mesa da Misericórdia de Paredes, Livro 1
Bancada do campo de jogos do União
Sala de troféus do Atlético Futebol Clube