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- Apontamentos da nossa história | Iconografia da Capela da Senhora do Salto
Apontamentos da nossa história | Iconografia da Capela da Senhora do Salto
O lugar do Salto, na freguesia de Aguiar de Sousa, é um local de beleza rara, serpenteado pelo rio sousa, envolto em lendas e culto religioso. Neste sítio existe uma ermida de invocação à Nossa Senhora do Salto, cuja origem tem sido atribuída, à visão de pastorinhas a quem lhes foi pedido a construção da ermida ou ao milagre de um cavaleiro que se salvou da queda do precipício rochoso.
Local de uma beleza singular, mas isolado e inóspito, tendo sido, no passado, profundamente assustador e naturalmente perigoso, sobrelevando-se a tão bem conhecida designação de “Boca do Inferno”. Certamente, a necessidade de cristianizar e proteger o sítio ter-se-á erigido a ermida, referenciada já em 1623, no Catálogo dos Bispos do Porto, ampliada em 1723 e com sucessivas obras até à atualidade.
Esta singela capela tem um único altar com retábulo de talha dourada, de características maneirista, de superfície plana, geometricamente dividida em quatro painéis separados por duas colunas torsas e duas pilastras amisuladas. Ao centro destaca-se um nicho central, com imagem principal de Nossa Senhora do Salto, assente numa peanha, ladeado por dois painéis pintados, de cada lado.
A Imagem de Nossa Senhora do Salto é de vulto pleno, em pedra Ançã, de rosto alongado e olhar muito vivo, corpo ligeiramente inclinado para o lado oposto à posição do Menino. O Menino está de perfil, despido, assente no braço direito e a perna em ângulo reto, com o pé apoiado na mão esquerda da Senhora.
Os painéis têm orientação vertical, sendo os centrais de moldura superior de volta perfeita e a representação figurativa de corpo inteiro, os exteriores são retilíneos e as representações são de meio corpo. As pinturas de santos cuja policromia, conjuntamente com a talha dourada, dão um ar festivo.
Os santos representados a partir da esquerda são:
1. Santo Amaro: Filho de senador romano, século VI, foi entregue à Ordem de São Bento que o vai incumbir de difundir a respetiva Ordem e a Regra de São Bento.
Iconografia: É representado vestido de hábito, capuz, na mão o livro da Regra Beneditina e o báculo abacial. A ladear a cabeça, observam-se, um membro inferior e um superior
Devoção particular: invocado por quem sofre dos ossos, de reumatismo e de paralisia.
2. São Silvestre: Papa em 314 durante a vigência do Imperador Romano - Constantino I, que determinou o fim à perseguição dos cristãos com o Édito de Milão. Durante o seu pontificado foram construídas as primitivas basílicas de São Pedro e de São Paulo. Foi o primeiro santo não mártir.
Iconografia: Vestido com hábitos papais e, na mão esquerda, porta a férula com a cruz papal.
Devoção particular: patrono e protetor dos animais domésticos, cura a erisipela, dos pedreiros. (Silvestre = habitante do bosque).
3. São Paio: Nasceu na Galiza no século X, perto do rio Minho. Sobrinho do bispo de Tui, integrou como pajem, na batalha contra os mouros, durante a Reconquista Cristã. Ficou prisioneiro apenas com 9 anos. Lutou sempre contra o mal e foi torturado, e morto. Os restos mortais forma resgatados e levados para o mosteiro beneditino de São Paio de Oviedo.
Iconografia: Aparece representado menino, ricamente vestido, com espada na mão e golpes nas mãos e no pescoço.
Devoção particular: Representa a vitória de Deus através das crianças sobre o poder do Inferno e de satanás.
4. Beato/Santo Gonçalo: Nasceu nos finais do século XII em Tagilde, Vizela e faleceu em Amarante. Foi sacerdote de São Paio de Vizela. Foi peregrino, eremita e fundou uma ermida em Amarante, sobre qual mais tarde foram construídos uma igreja e um convento.
Iconografia: Enverga o hábito dominicano, com capa escura e túnica branca, na mão direita cajado de peregrino e na mão esquerda o livro da ordem dos Pregadores.
Devoção particular: Casamenteiro, protetor do gado e das sementeiras, a ele pedem o sol e a chuva.
Este programa iconográfico reflete pormenor, num estreito e forte simbolismo com o lugar. Desde o século XVIII que o lugar do Salto é descrito como local de peregrinação, “Imagem milagrosa” e “senhora de muitos milagres”. Atualmente a festividade realiza-se no 1º domingo de maio.
Fevereiro de 2022
Maria Antónia Silva
Bibliografia:
CAPELA, José Viriato; MATOS, Henrique; BORRALHEIRO, Rogério (2009) - As Freguesias do Distrito do Porto nas Memórias Paroquiais de 1758. Memórias, História e Património. Colecção - Portugal nas Memórias Paroquiais de 1758. Braga, vol.5.
COELHO, M. F. (1988) – Monografia do Concelho de Paredes. 1 – Freguesia de Aguiar de Sousa. 1ª ed. Gráfica de Paredes: Câmara Municipal de Paredes.
CUNHA, R. (1623) – Catálogo dos Bispos do Porto. Porto: Officina PROTOTYPA, Episcopal.
GIORGI, Rosa (2002) – Santos. Los Diccionarios del Arte. Barcelona: Electra
PINHO, P. José Ferreira (1970) – O Santuário de N.sª Senhora do Salto. Aguiar de Sousa. História e Lenda. Secretariado Paroquial
