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APONTAMENTOS DA NOSSA HISTÓRIA | D. MANUEL II RECEBIDO EM PAREDES COM UM EMBARAÇOSO PLAYBACK
O último rei de Portugal e dos Algarves, D. Manuel II, reinou entre 1 de fevereiro de 1908 até à sua deposição a 5 de outubro de 1910 com a implantação da República. O seu nome completo é Manuel Maria Filipe Carlos Amélio Luís Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis Eugénio de Saxe-Coburgo-Gotha e Bragança. Nasceu em Lisboa a 15 de novembro de 1899 e faleceu no exílio em Twickenham nos arredores de Londres a 2 de julho de 1932. D. Manuel II dificilmente viria a ser rei, porém o regicídio que vitimou o seu pai, o rei D. Carlos e o seu irmão, o príncipe real Luís Filipe, proporcionou que o infante D. Manuel subisse ao trono e fosse aclamado rei a 6 de maio de 1908 na Assembleia de Cortes perante os deputados da nação, jurando cumprir a Carta Constitucional.
Durante o seu curto reinado, D. Manuel II fez duas importantes deslocações ao norte do país. Logo em 1908 realizou um périplo durante quinze dias com passagens por várias cidades, tais como o Porto, Viana do Castelo, Braga, Guimarães, Aveiro entre outras, sendo recebido de forma entusiástica e em grande número pela população como provam os registos fotográficos da época.
Em 1909, entre os dias três e seis de julho, realizou novamente uma viagem ao norte, para presidir às comemorações do Centenário da Guerra Peninsular e de forma particular assinalar a defesa da ponte de Amarante contra as investidas do exército francês onde galhardamente as tropas portuguesas a dois de maio de 1809, comandadas pelo general Silveira, barraram o exército napoleónico.
Após a sua chegada ao Porto, instalou-se no Palácio dos Carrancas1 onde uma multidão em júbilo amontoava-se na rua levando o monarca a ir até à varanda do Palácio saudar demoradamente a mole humana. No dia seguinte à sua chegada, a quatro de julho, D. Manuel II logo pela manhã parte em cortejo automóvel desde o Porto em direção a Amarante. O entusiasmo com que foi acolhido no Porto, repercutiu-se por todas as terras por onde o cortejo real passou. O jornal republicano Voz Pública, como é óbvio, não faz grande eco desta viagem tendo inclusive menosprezado a quantidade de pessoas que aguardavam pelo jovem monarca ao longo do caminho. No entanto, este periódico realça apenas três localidades, sendo uma delas Paredes.
Antes, a trinta de junho de 1909 em sessão extraordinária da Câmara Municipal de Paredes o Administrador do Concelho chamava a atenção da Câmara para a receção régia que ia acontecer dentro de dias. Transcrevemos um extrato do conteúdo dessa ata da sessão extraordinária de Câmara de 30 de junho de 1909: «…chamando o senhor Administrador do concelho a attenção da camara para a recepção de Sua Magestade no proximo domingo, tratou-se dos meios e preparativos para que aquella recepção revista maior brilho.»
Para a receção solene ao rei D. Manuel II, foi construído um palanque para as cerimónias oficiais. Fazia parte do programa um momento musical onde uma criança iria cantar para o monarca. A escolha recaiu “curiosamente” na filha do professor oficial do Centro Escolar de Paredes, Lourenço António Pinheiro, personalidade de relevância na sociedade paredense da altura, mas que era um acérrimo republicano. Porém, a criança não possuía dotes vocais assinaláveis e a alternativa foi colocarem debaixo do palanque alguém escondido que se destacasse pela sua qualidade de canto. A escolha recaiu numa menina de nove anos que já era conhecida na vila pelo modo soberbo de cantar. Aos olhos de todos era a filha do Sr. Professor Pinheiro que cantava, mas esta não fazia mais do que playback. Este episódio acabou por não correr bem e o rei apercebendo-se do embuste chamou a petiz que estava escondida debaixo do palanque e já com ela ao colo parabenizou-a, mandou arriar a bandeira azul e branca da monarquia e ofereceu-a à verdadeira interprete. Esta bandeira em linho foi manufaturada por mulheres paredenses com o propósito de receber D. Manuel II na sua passagem por Paredes e tem as assinaláveis medidas de 2.50m x 1.50m. Todos os elementos que compõem a configuração da bandeira foram sobrepostos entre eles e costurados em ponto de luva, não sendo de modo algum um pano único estampado.
O executivo camarário volta a reunir-se a doze de julho e entre os vários assuntos levados a discussão damos realce ao agradecimento via telegrama por parte de D. Manuel II pelo modo como foi recebido na vila de Paredes ao qual o executivo retribui as felicitações.
Está escrito o seguinte na ata da sessão de Câmara de 12 de julho de 1909: «Um telegrama de Sua Magestade El Rei agradecendo a receção e enttusiastica manifestação que lhe foi feita nesta villa no dia quatro do corrente mez. Mandou-se agradecer a honra d’este telegrama e felicitar Sua Magestade pelo seu feliz regresso á capital.»
Pouco mais de um ano, a monarquia foi abolida e a instabilidade política e social dos anos seguintes levou que a bandeira fosse guardada durante vários anos o que provocou alguns danos. Atualmente encontra-se protegida por uma moldura e na posse dos descendentes de Maria Isolina Coelho da Silva Sinval que, com apenas nove anos de idade teve determinação suficiente para cantar escondida para a maior figura da nação.
Novembro de 2024
João Vieira
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(1) O Palácio dos Carrancas tinha sido adquirido por D. Pedro V para uso real nas viagens ao norte do país e desde 1937 está transformado no Museu Nacional de Soares dos Reis.
Bibliografia:
SEIXAS, Miguel Metelo de. Quinas e Castelos – Sinais de Portugal. Fundação Francisco Manuel dos Santos, Lisboa. 2019
SILVA, Ivo Rafael. Paredes e a Primeira República. Câmara Municipal de Paredes/CEI-ISCAP – Centro de Estudos Interculturais – Inst. Sup. de Cont. e Adm. do Porto. 2020.
Fotografia:
João Vieira