Exposição de Pintura 'Joaquim Santos - O Rei do Rali Português', de Ana Loureiro

"Joaquim Santos - O Rei do Rali Português"

Joaquim Coelho da Rocha Santos (9 de junho de 1952) piloto penafidelense, tetracampeão nacional -1982, 1983, 1984 e 1992 - o maior piloto de rali português, vencedor de 39 ralis. Apelidado de “rei das camélias”.

Joaquim Santos, homem-símbolo, o piloto de rali, destemido, condensa numa só imagem toda uma experiência, transcende os lugares e os tempos como um símbolo vivo que surge do inconsciente criador do ser humano.

O homem - o automobilista que concentra em si as forças de multidões dispostas a dispersar-se numa imensa multitude de sensações e emoções - cria pontes entre os homens, liga a matéria e o espírito, a natureza e a cultura, o real e o sonho, o inconsciente e a consciência. A identificação do público com o piloto português que desafia as leis da natureza, que conduz no limite da sua capacidade, é qualquer coisa de indefinida, profundamente sentida, como a presença de uma energia física e psíquica que eleva, alimenta e permanece para sempre na memória de quem assiste às corridas.

Na nossa memória, as duas rodas do automóvel: o céu e a terra, unidos através de um eixo central - o piloto de rali. E as colunas de luz e de fumo que ligam o céu e a terra formam uma árvore de vida, um mastro. Numa fração de segundos, a passagem fantástica e maravilhosa do condutor-máquina marca a nossa entrada no invisível. O rali é como um rio, nunca é a mesma água que corre, mas a forma permanece; na natureza, palco das corridas, a sombra que se opõe à luz é a imagem das coisas fugidias, irreais e em mudança.
Joaquim Santos, o rei do rali português, a chama do fogo que conduz a máquina.

Ana Loureiro